O projeto de design procurou uma integração poética dos conteúdos sobre o paladar, conjugando-os com outros dois sentidos, a visão e o tato.
A Casa da Memória de Guimarães é um museu dedicado ao território e à comunidade, criado após a Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura. Em 2019 iniciou a sua produção editorial, com o lançamento do livro Paladário, escrito por Liliana Duarte e com fotografias de Miguel Oliveira. O livro é um registo etnobotânico, em torno do território vimaranense, com as pessoas e as suas memórias relacionadas com o paladar.
O livro é composto principalmente por três momentos: os cadernos de fotografias, os textos que resultam da investigação da autora e os alimentos do Paladário. Os três cadernos de imagens presentes no início, a meio e no final do livro contam a história de três pessoas e marcam pausas no ritmo da obra. Os textos, ricos em relatos pessoais dos entrevistados, estão organizados por destaques, através de três níveis hierárquicos. O Paladário, com 25 alimentos, é salpicado por apontamentos a verde fluorescente, que contrastam com o verde escuro e o preto dos restantes textos.
O Paladário é um objeto que conserva em si um património riquíssimo, de diferentes sabores. Feito o registo do paladar numa comunidade, o projeto de design procurou uma integração poética destes elementos recolhidos na investigação, conjugando-os com outros dois sentidos: a visão e o tato. Os estímulos visuais, através de cores contrastantes e dos momentos fotográficos; o tato, através dos diferentes papéis e das texturas da tela na lombada e da representação plástica da ilustração de capa.